quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

ÉVORA 
SCHONE SLAAPSTER VAN PORTUGAL
(Évora, a Bela Adormecida de Portugal)


Conheci no distante ano de 1991 Arnold Provoost, belga de língua flamenga, arqueólogo e professor na Universidade Católica de Lovaina. Arnold Provoost esteve durante algumas semanas em Évora, coordenando os preparativos para uma exposição sobre esta cidade alentejana a ter lugar no Outono desse mesmo ano em Lovaina, no âmbito da participação portuguesa na Europália, um grande festival cultural organizado de dois em dois anos a partir de Bruxelas e sempre dedicado à divulgação do património cultural de um país convidado. Em 1991 esse país foi Portugal  e como fulcro dessa participação destacou-se pelo sucesso junto do público belga, a grande exposição, "O Triunfo do Barroco", no Palais des Beaux-Arts, em Bruxelas, posteriormente montada no CCB, em 1993.

Entretanto e já não recordo em que circunstancias ou quais as razões imediatas, Lovaina, a grande cidade universitária belga, interessou-se por Évora e pelo seu património. Da cooperação então estabelecida com a Câmara Municipal e a Universidade, e o apoio da Fundação Gulbenkian, resultou uma exposição sobre a história da cidade, com uma forte componente arqueológica (Évora. Een stad van heren en landlieden, een universiteistsstad/ Évora uma cidade de senhores e camponeses, uma cidade universitária/  Leuven, Cultureel Centrum Romaanse Poort, 22 Outubro a 22 de Dezembro de 1991). Paralelamente seria também editado um livro que Provoost, claramente apaixonado pela cidade, apelidou romanticamente "Évora, a Bela Adormecida de Portugal". Um quarto de século passado sobre este evento que surgia na sequencia de outras iniciativas internacionais promovidas pela Câmara Municipal ainda na "ressaca" do seu reconhecimento pela UNESCO em 1986 como Patimónio da Humanidade, (como os saudosos festivais "Os Povos e as Artes"), será que a "Bela Adormecida" ainda mantém intacta a inocência imaginada por Provoost?


Da minha participação de então, além do apoio à seleção dos materiais arqueológicos para a exposição, resultou também um pequeno texto feito em parceria com o Rafael Alfenim, sobre a arqueologia de Évora e do seu território e, editado em "Holandês" (!) na obra acima referida e cuja capa reproduzo (Aprendi na altura que os flamengos têm uma língua falada próxima do Holandês, mas que recorrem ao Holandês para a escrita). Com as devidas vénias e alguma curiosidade pelo efeito, aqui deixo o "facsimile" do texto em causa, traduzido por Provoost, seguido do original em português...
















Algumas das fotos que conservo da exposição de Lovaina (1991), em cuja abertura tive oportunidade de estar presente. Os mais entendidos na Arqueologia de Évora reconhecerão alguns dos materiais, como uma das lápides árabes do Museu de Évora, ou o cano de chumbo romano da Rua de Burgos.












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