quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Arqueologia do Alqueva_ novo doutoramento

A expressão "afilhado" tem alguma conotação negativa mas não encontro melhor forma para exprimir a relação de cumplicidade, para além da camaradagem entre colegas ou mesmo da amizade em muitos casos, que estabeleci com muitos dos intervenientes no Projecto arqueológico do Alqueva.

Passam proximamente (Maio) 20 anos sobre a minha "transferência" temporária para a EDIA e a deslocalização diária para Mourão (1996-2002), pelo que foi com alguma emoção e até uma ponta de orgulho, que assisti ontem ao Doutoramento do João Marques, na sala dos actos da Universidade de Évora, defendendo uma tese baseada nos trabalhos que coordenou no Alqueva (Bloco 14- Sítios Medievais na margem direita do Guadiana, entre o Azevel e o Degebe).

Não é a primeira tese de doutoramento (na área da Arqueologia) baseada nos trabalhos do Alqueva mas foi a primeira a que tive oportunidade de assistir às respectivas provas. Recordo as três anteriores. Hipollito Collado, na Universidade da Extremadura, sobre a Arte Rupestre do Guadiana; Joaquina Soares, sobre o Povoado do Porto das Carretas (Mourão), na Universidade de Lisboa e o malogrado Fernando Ferreira em Salamanca, sobre o povoamento medieval na zona ribeirinha do Guadiana, no concelho do Alandroal ver aqui. Depois das duas dezenas de monografias publicadas, ver aqui de algumas teses de Mestrado e de uma grande exposição no MNA em Setembro/Outubro último ver aqui  (que infelizmente passou quase despercebida dado o contexto político-social com que coincidiu), não esquecendo a exposição sobre o Castelo da Lousa em Dezembro, ver aqui,  o projecto arqueológico do Alqueva continua a dar frutos.

No júri, vários arqueólogos também ligados, cada um à sua maneira ao Projecto. Desde logo os orientadores, Professor Jorge Oliveira (que escavou a Anta da Fábrica da Celulose e várias estruturas etno-arqueológicas, trabalhos já publicados), a Doutora Susana Gómez, que estudou e publicou materiais cerâmicos medievais do Alqueva, a Professora Conceição Lopes, coordenadora científica de um dos blocos (Romanização na margem esquerda) e autora de uma das monografias e por fim o Doutor Santiago Macias que, embora não intervindo arqueologicamente no processo é actualmente Presidente da Câmara Municipal de Moura, território no cruzamento de todos estes trabalhos e projectos. Um agradecimento especial ao Jorge Oliveira pela elogiosa referencia à importância do projecto arqueológico do Alqueva para o desenvolvimento da arqueologia alentejana.







Aspecto dos trabalhos coordenados pelo João Marques no Roncanito 4, no final do século passado
Ainda os trabalhos no Roncanito 4

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