segunda-feira, 20 de outubro de 2014

DORMENTE DE MÓ




 A galeria manuelina do edifício sede da Direcção Regional de Cultura do Alentejo em Évora, também conhecida actualmente como a "Galeria de Burgos", é um espaço recuperado nos últimos anos para a cultura, após um interregno infeliz em que foi usado como "armazém"... Aí tem acontecido numerosas exposições, sem uma estratégia ou plano definido, sem uma linha de acção muito clara. Enfim, um espaço à procura de vocação mas que no essencial, tem procurado cruzar a amostragem da criação artística contemporânea com a divulgação do património cultural da região. Por vezes, essas linhas podem cruzar-se. É o que julgo estar a acontecer com a actual proposta de instalação de Perrine Lacroix (DORMENTE DE MÓ), resultado de uma sua residência artística entre Évora e Reguengos. Através dos restos de cerâmica semi-industrial de São Pedro do Corval, jorrando em torrente de uma abertura na "torre" da Cerca Velha, romano/árabe, entretanto transformada em capela no  Sèculo XVI, é-nos sugerida uma reflexão sobre o tempo histórico, sobre a perenidade e a volatilidade da pedra e da cerâmica, transformadas em cacos ou mós quebradas e inúteis...

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