Alqueva- o fim de um ciclo
As implicações arqueológicas associadas ao empreendimento do Alqueva estão ainda longe de terminadas, uma vez que está em curso o vasto projecto de criação de infra-estruturas hidráulicas afectando mais de 100 000 hectares de terras férteis, particularmente interessantes para a história do respectivo "povoamento", um pouco por todo o Alentejo. No entanto, encerrar-se-á em breve, mais concretamente no próximo dia 5 de Dezembro com a apresentação pública de 14 monografias no Museu Nacional de Arqueologia, aquele que foi o seu ciclo emblemático, iniciado em 1996: o "salvamento arqueológico", concretizado ao longo dos 20 000 hectares do vale do Guadiana inundado pela construção da mega-barragem. Mas como quase tudo o que tem a ver com este empreendimento, estamos sempre perante números e tempos avassaladores. Porquê, só agora, 18 anos depois de iniciados os primeiros trabalhos no terreno e quase uma década depois das águas terem atingido a mítica cota 152? É certo que vários livros e algumas centenas de artigos foram entretanto dando a conhecer alguns dos resultados da investigação de campo, mas sabendo que muitas das monografias estavam concluídas e entregues há pelo menos cinco anos, vale a pena tentar explicar o que quase parece inexplicável. A nota que se segue, é um extracto de um texto que aparece no derradeiro volume da colecção (Memórias d'Odiana, 2ª série), no qual procuro, como principal responsável, responder directamente a essa questão.
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