A 1ª série das "Memórias d'Odiana"
Anunciado o lançamento da 2ª série de monografias produzidas e editadas no contexto do Projecto Arqueológico do Alqueva, justifica-se, afinal, recordar a 1ª série, surgida em 1999 (ainda a construção da Barragem ia a metade) com o objectivo de ir divulgando, especialmente junto dos meios especializados, os dados científicos obtidos no âmbito das numerosas intervenções de campo em curso. Convém, no entanto, referir que as "Memórias d'Odiana" que totalizaram 18 volumes, não foram nem são o único meio de divulgação dos trabalhos do Alqueva Para além de algumas monografias editadas noutros contextos (Museu da Luz, Museu de Arte Romana de Mérida, Museu Nacional de Arqueologia) temos notícia de cerca de 2 centenas e meia de artigos ou comunicações editadas nas mais variadas revistas sobre temas da Arqueologia do Alqueva.
1996- Editado em fotocópias (180p.) e distribuído a todos os arqueólogos que participaram no 1º Colóquio de Arqueologia do Alqueva, realizado em Moura no final de 1996. É o antepassado directo do 1º volume das Memórias d'Odiana, editado 3 anos mais tarde e que republica depois de revisto e aumentado o inventário geral das referencias arqueológicas conhecidas à época na zona do projecto.
1999- Volume inaugural da colecção da minha autoria com colaboração de uma pequena equipa técnica, com especial destaque para o José Perdigão. Historia o processo, divulga toda a metodologia e edita o inventário do património arqueológico conhecido á época.
2000- No auge dos trabalhos de campo, é editado um 2º volume, com melhoria de visual gráfico, e dando conta dos resultados de alguns projectos específicos, com destaque para as investigações de Mário Varela Gomes no Cromeleque do Xerez .
2002- Após o fecho das comportas da Barragem em Fevereiro e com a conclusão da maioria dos projectos de arqueologia no terreno, a EDIA aceitou a proposta da Revista ALMADAN (IIª S. nº 11, Dez- de 2002) e o projecto do Alqueva foi pretexto para um extenso dossier especial, acrescido de um CDROM interactivo, naquele que será a mais completa síntese sobre a Arqueologia do Alqueva, ainda que feita quase em cima do acontecimento. Nela colaboram todos os responsáveis por projectos e são recolhidos depoimentos de figuras importantes da arqueologia portuguesa.
2003- Enquanto se negoceiam com a maior parte das equipas intervenientes, os projectos e respectivos financiamentos para uma "fase de estudos de gabinete", sai novo volume (3º) das Memórias, incluindo com especial destaque a publicação do Relatório do projecto de levantamento dos numerosos moinhos afundados pela Barragem.
2004- A abertura do Museu da Luz (2003) representou uma das apostas melhor conseguidas no plano global da compensação dos impactos culturais decorrentes do Alqueva. Infelizmente a sua escala, pensada à medida da Aldeia da Luz e não do território inundado, limitou a sua capacidade de actuação nalgumas áreas importantes (como a da recuperação e musealização dos espólios arqueológicos) que viriam a ser dramaticamente descuradas noutras zonas. Para além da reserva dos espólios da freguesia, com destaque para o Castelo da Lousa, o Museu da Luz tem tido também alguma actividade editorial (com maior peso da Antropologia), tendo editado em 2004 um volume sobre a arqueologia da freguesia da Luz, que perdeu um terço do seu território neste processo.
2006- Dificuldades no processo de negociação e adjudicação dos contratos para os estudos de gabinete, a que se somam problemas com as equipas de arqueologia, entretanto praticamente desmobilizadas, atrasam o processo de preparação das monografias. Felizmente, nesta fase, o director do projecto de levantamento do complexo de Arte Rupestre do Molino de Manzanez, usa os importantíssimos resultados na defesa da sua tese de Doutoramento na Universidade da Extremadura. Surge assim a oportunidade de publicação do 4º volume da colecção, uma obra magnífica enriquecida por um CDROM com o levantamento integral dos milhares de gravuras identificadas.
2010- Numa altura em que quase todos os originais estavam já entregues à EDIA para publicação mas em que subsistiam ainda dúvidas e incertezas quanto ao modelo e ao financiamento, a empresa do Alqueva aceitaria as propostas para edição por outras entidades (Museu Nacional de Arte Romana de Merida e Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa), de duas monografias: a do Castelo da Lousa, um "Monumento Nacional" submerso pelo Alqueva, obra coordenada pelo Prof. Jorge de Alarcão, com a participação de numerosos especialistas e complementada por um CDROM com documentação insusceptível de publicação por outros meios; e a do Castro dos Ratinhos, coordenada por mim e pelo Prof. Luis Berrocal-Rangel, com os resultados de um projecto piloto desenvolvido no pós-Barragem (2004-2007).
Sem comentários:
Enviar um comentário