Igreja de São Francisco, Évora
Está na recta final a grande e necessária intervenção de consolidação estrutural e de conservação do património integrado da Igreja de São Francisco de Évora, um exemplar magnífico da arquitectura gótica alentejana tardia e que apresentava gravíssimos problemas de conservação. Por mero acaso, tive oportunidade de acompanhar no sábado (3 de Outubro 2015) na noite da véspera da missa solene que reabriria a Igreja ao culto, o respectivo Pároco, P. Manuel Ferreira bem como o Arquitecto responsável pela intervenção, Adalberto Dias, nos últimos preparativos para o esperado evento. Ambos, por razões distintas mas igualmente justas e compreensivas, escondiam com dificuldade os sentimentos de alegria e dever cumprido que lhes iriam na alma. O primeiro, por ter tido a coragem de arriscar, contra ventos e marés, ainda sem saber se conseguiria a totalidade dos meios necessários, avançar com os estudos e projectos que lhe permitiriam mais tarde candidatar-se à indispensável comparticipação dos fundos comunitários. O segundo por ter sabido articular tantas e tão diferentes disciplinas, tantas e tão diversificadas opiniões e sensibilidades, coordenando uma obra em que a primeira e grande característica, é praticamente não se notar a "intervenção do arquitecto". Para os menos atentos a estas coisas e que numa primeira revisita à Igreja possam pensar que estamos essencialmente em presença de um "lifting a uma velha senhora"...haverá que lembrar que há muito se sabia que esta corria gravíssimos riscos face à eventualidade de um tremor de terra um pouco mais forte do que o habitual nesta região. De facto, da última vez que visitei as obras, ainda como Director dos Serviços de Bens Culturais da DRCALEN, com a grande nave já sem a cobertura de telha, era possível ver o "céu" através de assustadoras fendas rasgadas na gigantesca abóbada. Como me dizia o encarregado da STAP, Manuel Ricardo, que na noite de Sábado orientava ainda últimos trabalhos na frontaria da Igreja, a situação da abóbada era pior do que se imaginava. Actualmente, para lá das necessárias e complexas acções de conservação e restauro, quer no interior quer no exterior, toda a estrutura foi reforçada e "cosida", com projecto do Eng. Anibal Costa, conhecido especialista neste campo, sem que essa intervenção, como convém, seja muito aparente. Esperamos agora, até final do ano, a reabertura da nova área museológica que tira partido da oportuna recuperação de um antigo piso conventual existente sobre a Capela dos Ossos e cuja estrutura se conservava parcialmente no extradorso das abóbadas desta.
Uma última nota pessoal. A Direcção Regional de Cultura do Alentejo, ainda sob a direcção da Prof. Aurora Carapinha, teve um papel importante no apoio e acompanhamento do projecto, facilitado não apenas pelo bom relacionamento com o P. Manuel mas também com o Arquitecto Adalberto Dias, casado com a Arquitecta Paula Silva, que foi durante alguns anos colega da Prof. Aurora Carapinha, como Directora Regional de Cultura do Norte. Ainda assim todo o mérito e responsabilidade da operação administrativa e financeira vai para o Pároco, numa obra que, com projecto e trabalhos a mais (normais numa intervenção em património desta grandeza), deverá ultrapassar largamente os 4 milhões de Euros, mas em que a comparticipação dos Fundos Comunitários só cobre 2 milhões e meio. Claro que, tal só foi possível porque a Paróquia de São Pedro (sic, uma vez que a igreja de S.Francisco é a sede da Paróquia de São Pedro) gere (bem) os importantes recursos gerados pela "Capela dos Ossos", um local de visita obrigatória (vá lá saber-se porquê?) pelos muitos milhares de turistas que demandam Évora.
Monumento
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Entidade promotora
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Concelho
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Objectivos e participação da DRCALEN
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Compart. FEDER
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Total Invest.
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Igreja e Convento de S.Francisco
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Igreja Paroquial da Freguesia de S. Pedro
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Évora
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Consolidação estrutural Igreja e valorização museológica (Convento e “Capela dos Ossos”) Apoio da DRCALEN no acompanhamento projecto, restauro e arqueologia.
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2.442.793,72
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3.489.705,32
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Fonte:
http://pedrastalhas.blogspot.pt/2014/09/gerir-o-patrimonio-cultural-doalentejo.html
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No entanto as obras ainda decorrerão até final do ano |
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O altar mor |
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Detalhe das intervenções (muita limpeza, sobretudo...) |
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Sinal da intervenção do Arquitecto (um pouco excessiva no caso do "ambão" ou púlpito, segundo algumas opiniões...) |
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A grande abóbada, já recuperada, com os novos tirantes, quase invisíveis |
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O antigo orgão, "de cara lavada", em ensaio para a "missa da reabertura". |
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