Almendres _ documentos para a história de um monumento
Numa altura em que dúvidas e indefinições se adensam relativamente ao futuro deste monumento, actualmente um dos sítios arqueológicos mais visitado no Alentejo, aqui iremos divulgando alguns documentos que nos contam a sua atribulada história, desde que há pouco mais de meio século (1964) Henrique Leonor de Pina, guiado pelo guarda da Mitra António Rebocho (mais conhecido por António Gadunhas) reconheceu nas "Pedras Talhas" um extraordinário monumento megalítico, até então único em toda a Ibéria. Começamos por uma notícia de 1970 do jornal eborense A Defesa. Divulgamos também um Parecer de Manuel Farinha dos Santos (o arqueólogo do Escoural) datado de 1971 que dá conta das difíceis relações com o proprietário da Herdade à época (Eng. Miguel Soares). Por fim, um Relatório de 1981 assinado pelo meu malogrado colega de curso, Jorge Pinho Monteiro- 1950-1982, com quem partilhei trabalhos de campo, ainda como estudantes, no levantamento da arte rupestre do Vale do Tejo (no início dos anos 70). Este relatório, pedido então pelo IPPC, apesar de muito sintético, revela à época uma rara capacidade de análise e de percepção dos principais problemas de conservação deste monumento, alguns dos quais (como a arenização dos menires ou a erosão do solo) ainda representam hoje ameças importantes. Refira-se que boa parte das medidas por ele propostas em 1981, viriam a ser postas em prática por Mário Varela Gomes, também nosso colega das lides arqueológicas do Tejo, poucos anos depois com o apoio da Câmara Municipal. É em grande parte aos trabalhos de Mário V.Gomes, seguindo de perto as propostas de Pinho Monteiro, e concretizadas com o apoio financeiro e logístico da Câmara Municipal de Évora (nomeadamente ao nível do restauro) que se deve a situação actual de excepcional monumentalidade dos Almendres.
Notícia publicada no jornal de Évora, "A defesa", em 12 de Setembro de 1970 e que dá conta dos trabalhos de Henrique Leonor de Pina |
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