segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Ruínas de Milreu

Aproveitei uns dias de férias no Algarve (o que explica o silêncio dos últimos dias neste blogue) para revisitar as Ruínas da Villa Romana de Milreu. Testemunho por excelência da forte presença romana no Algarve, este sítio foi objecto de importante intervenção de valorização no âmbito do programa dos Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve, concretizado pelo extinto IPPAR na dobra do Século no âmbito de oportuna parceria com o Fundo do Turismo. Não sendo muito entusiasta dos resultados globais do programa face à persistência de problemas e debilidades em vários dos sítios então intervencionados, reconheço que o balanço no caso de Milreu é francamente positivo. A par da instalação do indispensável equipamento de recepção e interpretação, de dimensões equilibradas e perfeitamente integrado, as estruturas arqueológicas, incluindo um antigo edifício habitacional que se sobrepunha às mesmas, foram objecto de adequadas acções de restauro e consolidação estrutural que para além de contribuírem para a respectiva salvaguarda, valorizam a sua percepção pelo visitante. Conheço Milreu há algumas décadas e acompanhei mesmo, nos anos oitenta, os primeiros esforços no âmbito do IPPC para valorização de um sítio que já então se reconhecia como de importância estratégica no âmbito do turismo cultural do Algarve. No entanto, não tinha lá voltado depois da intervenção dos Itinerários, pelo que neste caso a surpresa foi especialmente agradável. Pena é -mas esse é um problema estrutural generalizado aos sítios e monumentos dependentes directamente da Administração Central- que os escassos meios para a sua gestão corrente no que respeita os meios disponíveis em pessoal e a manutenção, possam pôr em risco, num futuro próximo, o longo caminho percorrido entre  contentor/recepção dos anos oitenta e a bonita e acolhedora recepção do presente.


Sem comentários:

Enviar um comentário