A Arqueologia e Júlia Pinheiro, uma relação inesperada...
Referi em anterior entrada neste blog que a revista ALMADAN editada pela associação "Centro de Arqueologia de Almada" desde 1982 (nesse ano, em Novembro foi publicado o seu númeo "0") é um caso único no panorama da edição patrimonialista em Portugal, sobretudo se tivermos em conta que se trata de um projecto completamente autónomo, quer do Estado quer de interesses ou grupos económicos. Um projecto inequivocamente de cidadania e que no seu conjunto consultar o seu índice geral representa uma fonte única de informação sobre a a história da arqueologia portuguesa nas últimas décadas, acompanhando a par e passo o grande salto qualitativo e quantitativo que esta actividade conheceu a partir da década de 80 do século passado e no qual a minha geração teve a sorte de estar directamente envolvida.
A esse propósito e rebuscando nas memórias já distantes dos primeiros números da ALMADAN reencontrei no nº 1 (1983) uma colaboração minha para a revista, em forma de entrevista, e que tem duas curiosidades. A primeira pelo facto de ser uma reflexão, em cima dos acontecimentos, sobre as mudanças em curso na administração da actividade arqueológica, resultante da dinâmica introduzida por Francisco Alves a partir do final de 1980 como responsável quer pelo Museu Nacional de Arqueologia quer pelo Departamento respectivo no IPPC. A segunda, pelo facto da entrevista ter sido conduzida por uma jovem colaboradora do Centro de Arqueologia de Almada, Júlia Pinheiro, hoje uma conhecidíssima figura da televisão. Naturalmente, esquecida a entrevista feita há mais de 3 décadas e todo o seu contexto, só muito recentemente tive conhecimento deste interesse juvenil pela arqueologia, da parte da "famosa" apresentadora, referido por ela própria em entrevista. A referencia ao Centro de Arqueologia de Almada estabeleceu o "link" necessário para o reavivar da memória. Aqui deixo como curiosidade mas também pelo seu interesse documental, a referida entrevista, que no entanto está disponível no nº1 da ALMADAN, que graças aos seus então 2000 exemplares de tiragem, não deixará de estar representada em muitas bibliotecas desse país fora.
Obrigado pela memória, António Carlos. De facto, a relação de juventude da Júlia com a Arqueologia é ainda mais antiga que a Al-Madan, uma vez que ela esteve ligada ao CAA ainda antes da revista existir. Foi bom recordar a conversa que ela e eu tivemos contigo, com todos nós muito mais jovens :)
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