O guarda do Cromeleque
Na falta de "guarda", um turista criativo deixou esta cara sorridente que agora recebe os visitantes nos Almendres |
Embora a frequência de turistas seja uma constante no Cromeleque dos Almendres, desde o nascer ao pôr do Sol, (e não só) quando o tempo melhora, como aconteceu este fim de semana, o número de visitantes dispara, pois o sítio tornou-se também local de simples passeio para muitas famílias eborenses. O enquadramento dos visitantes, como é sabido, é praticamente nulo, ainda que a criação (faz agora 4 anos) de um parque de estacionamento improvisado, tenha melhorado a situação substancialmente. Curiosamente, e apesar da total ausência de controle e de guardaria (que se justificaria num monumento com a importância dos Almendres), nos últimos tempos não temos registado, felizmente, quaisquer ocorrências negativas, com a excepção de algumas fogueiras noturnas que ocasionalmente deixam as suas marcas no terreno. A possibilidade de acesso livre a qualquer hora e em qualquer dia, é muito prática e até pode ser romântica, mas não é sistema viável, pondo em risco a salvaguarda do monumento e a sua preservação a longo prazo. Mas esse é assunto para outras escritas. Em todo o caso, ao contrário do que sucedia há alguns anos, mesmo sem qualquer sistema de limpeza regular e sem caixotes de lixo, temos verificado que o monumento e a sua envolvente se mantêm surpreendentemente limpos. Mais civismo certamente da parte de quem visita os Almendres, mas também respeito por um enquadramento natural e paisagístico raro.
No sábado passado, em mais uma "visita de inspeção" que por iniciativa própria faço com alguma regularidade, encontrei um curioso grafiti (felizmente numa placa da Herdade e não em nenhum menir....) que nos parece interpelar por essa falta de qualquer tipo de controle humano ainda que essencialmente preventivo Não era a única marca da interactividade que o sítio parece suscitar em muitos que o visitam. Para além dos vestígios da última fogueira, flores em torno de uma árvore e um quadrado inter-menires, desenhado com sal (?), davam conta de actos que, sendo inocentes e inofensivos, demonstram que afinal tudo poderá acontecer nos Almendres.
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