Por que (património) dobram os sinos de finados...
O tema da "TOUREGA" tem sido repetidas vezes referido neste blog. Umas vezes como exemplo da dramática situação do valioso património rural alentejano mas noutros casos, apontando também algumas perspectivas de maior esperança quanto ao futuro. Contraditoriamente, algum deste património, em especial o de matriz religioso-cristã, por razões mais que compreensíveis, apenas é recordado pelas populações por altura do dia de finados...
No passado ano, culminando um processo de intervenção no importante retábulo pictórico da Igreja de Nª Sª da Tourega, conseguiu-se ir um pouco mais além da tradicional celebração da morte. Antecipando o dia de Finados para o de Todos-os-Santos, a Junta de Freguesia da Tourega e Guadalupe, proporcionou as condições para um concorrido concerto polifónico do Eborae Musica na velha Igreja da Tourega, acção que, para além do ritual religioso, procurava destacar as potencialidades culturais e turísticas daquele espaço.
No corrente ano, não houve coragem ou capacidade para tanto, e apenas a recordação da morte e daqueles que já nos deixaram, teve lugar nestes sítios que parecem eles próprios condenados a um breve e precoce desaparecimento. Foi assim na Tourega, foi assim em São Matias...duas antigas sedes paroquiais que hoje são meras guardiãs dos cemitérios que as acompanham.
O concerto do Coral Eborae Musica, no dia de todos os santos, em 1 de Novembro de 2016. Um vislumbre das novas actividades, para além das rituais, que podem salvar estes espaços da eminente ruína. |
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