A minha professora de História
Para (minha) memória futura, aqui transcrevo, em texto e imagens, o pormenorizado "relatório" sobre o encontro de Guadalupe, redigido pelo Eduardo Ferreira:
Ao centro, de óculos escuros njo meio dos antigos alunos, a Professora Maria Vitória |
Enttre os Almendres e a Gruta do Escoural |
ENCONTRO DE ÉVORA –
28JUN2015
RELATÓRIO
Este Encontro, o sétimo da série
(começou em 2006 mas não se realizou em 2 anos) e o que teve lugar mais a sul,
para além das muitas caras novas que compareceram apresentou as
particularidades de ter uma grande componente cultural e de sermos recebidos
magnificamente pelos nossos anfitriões, o António Carlos Silva e esposa Isabel
no seu monte, um local muito aprazível, no Alentejo profundo mas ao mesmo tempo
perto das principais vias de comunicação e fácil de encontrar.
O programa indicava que até às 12H00
a primeira concentração seria em casa do
nosso companheiro António Carlos para um aperitivo de boas vindas aos mais
madrugadores. Aconteceu afinal que fomos todos madrugadores com uma única
exceção - o José Faustino, não que não fosse madrugador mas resolveu ir logo
para o segundo ponto de encontro, o cromeleque dos Almendres. E em vez de um
aperitivo o que se nos deparou foi uma mesa farta, com os saborosos produtos
alentejanos desde o queijo às azeitonas e do salpicão ao paio, a acompanhar com
um magnífico pão alentejano e uns vinhos, cervejas e refrescos que nos
regalaram e sobretudo refrescaram, numa altura em que o calor imenso já se
fazia sentir, tudo isto à sombra de uma latada muito tranquila e à beira de uma
piscina em que só apetecia mergulhar e que dava um ar de fresquidão e bucolismo
tão necessários ao momento. Creio que muitos até nem se aperceberam bem
daqueles encantos tal era a excitação do reencontro e do esforço para
reconhecer quem era aquele que estava
a entrar!
Dias antes fizera uma tentativa
desesperada, por mail e telefone, para trazer a este encontro aqueles dos meus
colegas (éramos 19) da turma do 6º Ano de Almada que não tencionavam vir,
prometendo-lhes uma agradável surpresa. Só estivemos 10 e a grande surpresa foi
a comparência da nossa professora de História do 6º e 7º Anos do Seminário de
Almada, a Dra Maria Vitória. Depois de
muitas tentativas falhadas e até ter contactado o Seminário, que já não possui
os arquivos de quando pertencia ao Patriarcado, lembrei-me de pedir ao Álvaro
Bizarro se me poderia localizar esses arquivos a ver se ao menos poderia
encontrar o seu nome completo. Não só me enviou o nome mas até, e sobretudo, me
deu logo o número de telefone. Quando a contactei há 2 ou 3 semanas foi uma
emoção muito grande para ambos, para mais quando me disse que se lembrava
perfeitamente de mim referindo prontamente a minha atividade extra no “Bar do
Mestre”! Bem, que memória, e passados 45 anos exatos! Então, nós com os nossos
16/17 anos e a nossa Professora a debutar no ensino, acabadinha de sair da
Faculdade! A propósito, e como me referiu logo de seguida, havia um aluno que
era praticamente da sua idade e que era e é o António Medeiros. E falámos de
quase todos, de uns lembrava-se perfeitamente e dos outros vagamente. Ficou
encantadíssima com o facto de nos irmos encontrar e logo me prometeu que
compareceria em Évora com todo o prazer. O pior para mim foi mesmo conseguir
guardar segredo estes dias todos tal a
alegria e a expetativa que me inundaram. Só referi o caso ao António Carlos e
ao Arnaldo bem como a alguns da turma numa derradeira tentativa de os
“pressionar” a vir, o que não consegui dados os compromissos que já tinham para
este dia.
O pessoal começou a chegar cedo, Eu
próprio com a minha mulher e o João Tomás nem eram ainda 10.30 já lá estava. O
João Pereira Lopes, esse então chegou de véspera com a esposa Rosário tendo
pernoitado na sua auto-caravana mesmo à entrada do Monte. Foi uma alegria
vê-los logo, bem dispostos, depois de um belo serão na festa do S. João em
Évora e depois de passada uma bela noite com muito sossego e tranquilidade,,,
A seguir apareceu logo o Manel Rosa
Dias acompanhado da esposa e do Joaquim António. Palavra que se eu não soubesse
que o Quim Tó vinha com o Manel nunca mais o reconheceria. Passaram 45 anos e
algumas pessoas, como é o caso, mudam de feições de uma maneira que nós não
imaginamos. Mas foi um reencontro emocionante e como se viu ao longo do dia
muito reconfortante também.
O Manel Fernando e a Glória não se
fizeram esperar e é sempre um prazer enorme voltar a ver aqueles que julgo
nunca falharam a um encontro e são bem poucos os que estão nesta posição.
O Arnaldo acompanhado pelo José
Martins fizeram de seguida a sua aparição, sempre bem dispostos e de uma
simpatia extrema.
Depois veio o Vítor Nunes com o
Joaquim Dias, depois de perderem à última da hora o companheiro Xico Teófilo
obrigado a ficar retido em casa com um arreliador desarranjo geral, após uma noite de canseira ao serviço da sua
associação bairrista alfacinha, ainda a festejar os santos populares.
De
seguida começaram a chegar em catadupla:
–
o António Marques (acompanhado da sua esposa
cujo nome não retive) que assentou praça comigo na prefeitura de S. Domingos em
Santarém e que por lá se manteve apenas 2 ou 3 anos; também foi uma alegria
enorme rever este companheiro depois de 50 anos de intervalo;
–
O Álvaro Bizarro, o único dos ordenados do nosso
tempo, que pode estar presente e mesmo assim nem pode almoçar porque entretanto
o programa atrasou e tinha que estar em Lisboa ao meio da tarde;
–
A Professora Maria Vitória e o marido Nuno, por
sinal um “camarigo” da Guiné (Bedanda e Fulacunda – 1966/68, salvo erro) e com
quem os nossos colegas Jorge Pinto, Luís Graça, Pinto Carvalho, Joaquim Jorge,
entre outros, muito tem que conversar nos próximos eventos; este simpático
casal chegou ao mesmo tempo que o Álvaro pois tinham-se encontrado na estação
de serviço da A6 e bem admirados devem te ficado os três quando em conversa se
aperceberam que vinham para o mesmo sítio!; fiquei a saber que Professora Maria Vitória e o Álvaro se
mantiveram em contacto ao longo destes anos e daí o facto de me ter facultado
de imediato o seu número de telefone; como devem calcular foi uma emoção enorme
reencontrar esta nossa professora que no início nos pareceu um tanto “dura” mas
que a pouco e pouco nos fez interagir com ela de uma forma extraordinária de modo a acabarmos o 7º Ano com muita pena
de nos termos de separar e lançando a boa semente da História em alguns de nós
que acabaram por cursar essa matéria; e cujo grande exemplo disso mesmo é o
nosso colega e anfitrião António Carlos – eu vi com que olhar de satisfação e
orgulho a professora Maria Vitória escutava o António Carlos nas suas
intervenções sobre os monumentos que visitámos!; nas conversas que fomos
mantendo ao longo do dia verifiquei o seu embevecimento com os percursos de
vida dos seus alunos, não apenas os académico-profissionais mas sobretudo os
pessoais, que nos levam a manter esta sã amizade e companheirismo; julgo que
ficou rendida aos encantos do nosso convívio e será com muito gosto que daqui
para a frente contaremos com o casal nos nossos eventos do género;
–
Lousão Monteiro, em boa hora reencontrado o ano
passado e que não quer deixar de dar o seu contributo à tertúlia na companhia
da sua Bernardete;
–
José Manuel Mesquita, nosso guarda-redes
destemido, o sesimbrense mais procurado e mais desejado por muitos de nós, há
pouco e em boa hora reencontrado, e prontamente alinhado com a iniciativa de o
trazer ao nosso convívio, que viajou acompanhado pela esposa Conceição;
–
Manuel Maria e Élia, a inscreverem-se quase ao fechar do pano mas
muito a tempo, sempre bem vindos e sorridentes;
–
Júlio Rebelo e Nela acompanhados do casal amigo
da Gândara dos Olivais que persisto teimosamente em não fixar os nomes e que já
pertencem por direito próprio à família;
–
Xico Silva e a companheira Leonor, penichenses
de gema, alcandorado o Xico, por proposta ocorrida neste encontro, ao honroso
cargo de organizar o evento de junho/julho de 2016, com responsabilidades
acrescidas por se tratar também do 10º aniversário destes encontros,a ter lugar
nos arredores da sua cidade natal;
–
Virgílio Mateus, Eduardo Cristóvão e Vítor
Coelho que viajaram juntos do Algarve, companheiros de turma, e que pela
primeira vez se apresentaram, foi uma satisfação enorme o nosso reencontro e
pelo calor humano evidenciado por todos esperamos que esta seja a primeiras de
muitas vezes;
–
Moisés Batista com a esposa Isabel e o mano
António não faltaram à chamada pese o imenso calor que a todos incomodou e que
sobremaneira molestou a Isabel, impedindo-a d participar em todas as atividades
programadas;
–
Luís Fernando e a neta Inês a caminho do Algarve
para umas merecidas férias e que fizeram o necessário desvio para se
encontrarem connosco.
Falta finalmente falar do José
Faustino que se dirigiu logo ao cromeleque e aí aguardou pacientemente por nós.
Quando se inscreveu achei piada ao seu voto de ao menos comparecerem mais três
dos seus colegas de turma para formarem uma mesa de sueca. Fiz todos os
esforços, mas desta vez só compareceu mais um - o José Martins, mas também não
houve qualquer hipótese de pausa para a
sueca!
Fomos assim 24 os companheiros que
nos encontrámos em Évora, dos quais 6 pela 1ª vez.
Avisaram que não poderiam comparecer
e enviaram votos de bom encontro os seguintes colegas:
–
José Eugénio (EUA) - José Virgílio Nunes -
José Luís Ferreira
–
Xico Armandino -
José Fragoeiro - Zé
Querido
–
Jorge Pinto -
Paulo Correia da Silva - Gil Matos
–
João Borga -
José Carlos Silva -
Manuel Pereira da Costa
–
Eduardo Coelho -
César Delgado - Xico
Teófilo
–
Acácio Lopes -
António Medeiros - João
Miguel
–
Rogério Ferreira -
Henrique Reis -
Caetano Lopes
–
Honório Vieira -
Fernando Policarpo
–
Cândido Martins -
António Silva Antunes
–
Luís Costa -
João Claudina Lameira
–
Jaime Bonifácio -
Fonseca Pinto
Continuando com o relato do
acontecimentos, após a bela degustação dos produtos alentejanos em casa do
António Carlos deslocámo-nos ao cromeleque dos Almendres onde, de viva voz, o
nosso anfitrião nos fez uma pormenorizada descrição daquilo que a comunidade
científica descobriu até ao momento, realçando o facto de não haver ainda
muitas certezas sobre o assunto.
O almoço constou de entradas, um
gaspacho bem fresquinho e saboroso acolitado por jaquinzinhos fritos e umas magníficas
bochechas de porco preto estufadas. Vinhos branco e tinto a contento,sobremesa
e café. Belo repasto muito bem conversado e animado.
Quase todos aderiram à visita à
Gruta do Escoural onde mais uma vez o António Carlos nos brindou com os seus
vastos conhecimentos sobre estas matérias numa linguagem simples, viva e
atraente.
Foi na verdade um dia muito bem preparado e
melhor vivido por todos nós. É da mais elementar justiça prestar aqui os nossos
mais vivos agradecimentos ao António Carlos por tudo aquilo que nos
proporcionou. Acresce ainda realçar e enaltecer a sua brilhante ideia e o trabalho
que teve em digitalizar a coleção completa do “DIMENSÂO 7”, jornal do nosso
tempo de Almada, que teve a colaboração
de muitos de nós com artigos, desenhos e na própria organização, produção,
impressão e venda. Fez questão em copiar
para CD.s esse seu trabalho e oferecer a cada um de nós um exemplar que é uma
verdadeira relíquia.
Pese embora o elevado calor ambiente
(42º) o pessoal não arredou pé e nem sequer houve tempo para partilhar fotos
como é costume e os nossos 6 debutantes bem mereciam, mas teve que ficar para
uma próxima oportunidade.
E foi do parque automóvel da Gruta,
quase às 19H00, que me despedi dos últimos companheiros e da professora
Vítória. Mas alguns ainda lá ficaram na conversa, casos do Manel Rosa Dias, Quim Tó, Virgílio,
Eduardo Cristovão e Vítor Coelho
Já sabem que o próximo evento é a
caldeirada na festa anual de Ribamar da Lourinhã, na 2ª ou 3ª segunda-feira de
outubro. Quando souber o dia certo enviarei a respetiva convocatória.
Até lá e um grande abraço a todos do
Eduardo Jorge
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